O Universo Estendido De Stephen King E Como Lidar Com Isso?

Oi, pessoal

Hoje falarei um pouco sobre o universo estendido de Stephen King e um pouco dessa teia de conexões. Bom, entre os primeiros romances do autor encontram-se Carrie, a estranha e Salem's (Já foi publicado aqui no Brasil com o título A hora do vampiro), onde o primeiro retrata a vida de uma garota com uma história familiar bem complicada, que sofre bullying no colégio e acaba descobrindo por alguns motivos que possui o poder da telecinese e com isso o gosto da vingança (essa história já é bem conhecida por muita gente, pois foi adaptada para o cinema milhões e milhões de vezes) e o outro retrata a vida na cidade de Jerusalem's lot (vale a pena ler o livro e descobrir o porquê deste nome para a cidade) e todos os eventos decorrentes da chegada de dois novos moradores. Com estas histórias, King começou a semear os seus primeiros elementos de seu universo literário: Os telepatas e os vampiros.

Todos nós parecemos vir equipados com filtros no chão das nossas mentes, e todos os filtros têm tamanhos e tramas diferentes. O que fica preso no meu filtro pode passar pelo seu. O que fica preso no seu talvez passe sem problemas pelo meu.

Desde então seus livros foram recebendo diversos destes elementos e a atenção do público e com isso, os leitores mais atentos começaram a encontrar algumas referências à personagens (nomes/sobrenome idênticos, por exemplo), lugares e seres, em vários de seus livro, como por exemplo o fato de mãe Abigail do romance A dança da morte ser de fato uma iluminada. Estes pontos começaram a mostrar que todos estes livros fazem parte de um mesmo universo.

Conforme o número de livros publicados por ele foi crescendo (diga-se de passagem, que foram crescendo muito pois ele publica uma enxurrada de obras), as conexões foram aumentando e certas inconsistências entre histórias foram aparecendo (dizendo melhor, algumas coisas não foram se ligando tão bem). É aí que entrou o nêmese do autor: A torre negra.

A felicidade na cara de quem te fará comprar seus mais de 50 livros

escritos até o momento por causa de um bendito universo estendido

Gosto bastante de falar desta saga, pois de todas que li até hoje, esta ainda possui um espaço espaço bem especial em minhas lembranças, pois a torre é o elo mais forte entre todas as obras escritas pelo King. É uma saga longa, e ela tem todos elementos presentes em todas as obras do autor, como as descrições e mais descrições de personagens, que te fazem conhecer o personagem tão bem e gostar/odiar ele tão profundamente, possui também aquele grande número de diálogos e pensamentos desnecessários, que não contribuem para a história nem nada e que fazem os livros virarem aqueles calhamaços de páginas e muitas reviravoltas. Ainda sim a trama é (ao meu ver) incrível. Uma história não-linear com um fundo bem arquitetado, a torre te explica um pouco mais sobre o Pennywise (It - A coisa), quem realmente é Randall Flagg (A dança da morte), o que é o utensílio usado por Jack Sawyer (O talismã), um pouco mais da história do padre Callahan (Salem's) e muitas outras coisas que fazem partes das obras do autor. A saga da torre faz tudo isso, mas faz muito bem, pois, caso você não tenha lido muitos livros do King, ainda sim você conseguirá entender totalmente a história (perderá a referência mas nada mais).

Para aqueles que não conhecem a história, nesta trama acompanhamos um pistoleiro (Roland Deschain) que está em busca de uma torre que através de feixes de energia equilibra todas as dimensões. A torre está ruindo e se algum dos feixes arrebentar todos os universos irão colapsar. Durante a viagem do pistoleiro ele vai passando pelos diversos universos e neles, você (leitor fiel do tio Stephen) nota elementos do universo do autor.

Crianças, ficção é a verdade dentro da mentira, e a verdade desta ficção é bastante simples: a magia existe.

Então se quiser saber se precisa ler todos os livros do autor, a resposta é:

Não claro que não, em resumo, as conexões nos livros de King são muitas, muitas mesmo (tem gente que gasta muito tempo pesquisando e discutindo isso) e isso, enriquece as obras, pois conectam aquela história com um todo, que é maior e mais belo mas não são essenciais. No meu caso eu adoro ler algum conto dele ou algum livro novo e notar algo correlacionado com outra obra que eu li. Fico feliz em encontrar outra informação relevante sobre algum personagem que gostei ou algum evento ocorrido, pois me fazem relembrar daquele livro já lido há um bom tempo e que tinha me trazido sentimentos tão bons.

Um pequeno fluxograma com algumas das referências

encontradas na obra *excluindo a torre negra 

(retirado de http://tessiedesigncompany.blogspot.com.br/2013/05/the-stephen-king-universe-flowchart.html)

Mas isso aqui não é uma caça. É uma dança. E algumas vezes as luzes se apagam nesse baile. Mas nós vamos dançar de qualquer forma, você e eu. Mesmo no escuro. Principalmente no escuro. Quer me dar o prazer dessa dança?

Então, qual a sua experiência com o autor? O que você acha do universo estendido e sua teia de referências?