|Resenha| Alucinadamente Feliz - A Graça Do Nosso Cotidiano

 

Título: Alucinadamente feliz

Título original: Furiously happy

Autor: Jenny Lawson

Ano de publicação: 2015

Editora: Intrínseca

Páginas: 352

Lançamento desta edição: 2016

 “Jenny Lawson está longe de ser uma pessoa comum. Ela mesma se considera colecionadora de transtornos mentais, já que é uma depressiva altamente funcional com transtorno de ansiedade grave, depressão clínica moderada, distúrbio de automutilação brando, transtorno de personalidade esquiva e um ocasional transtorno de despersonalização, além de tricotilomania (que é a compulsão de arrancar os cabelos). Por essa perspectiva, sua vida pode parecer um fardo insustentável. Mas não é. Após receber a notícia da morte prematura de mais um amigo, Jenny decide não se deixar levar pela depressão e revidar com intensidade, lutando para ser alucinadamente feliz. Mesmo ciente de que às vezes pode acabar uma semana inteira sem energia para levantar da cama, ela resolve que criará para si o maior número possível de experiências hilárias e ridículas a fim de encontrar o caminho de volta à sanidade. É por meio das situações mais inusitadas que a autora consegue encarar seus transtornos de forma direta e franca, levando o leitor a refletir sobre como a sociedade lida com os distúrbios mentais e aqueles que sofrem deles, sem nunca perder o senso de humor. Jenny parte do princípio de que ninguém deveria ter vergonha de assumir uma crise de ansiedade, ninguém deveria menosprezar o sofrimento alheio por ele ser psicológico, e não físico. Ao contrário, é justamente por abraçar esse lado mais sombrio da vida que se torna possível experimentar, com igual intensidade, não só a dor, mas a alegria”.

Como se pode notar em outras postagens que fiz neste blog, gosto muito de fantasia, ficção científica e terror, geralmente optando por livros nestes gêneros/subgêneros. Então há uma semana, entrei no meu skoob para atualizar os livros que eu li e acabei me deparando com a divulgação de "alucinadamente feliz - Um livro engraçado sobre coisas horríveis". Inicialmente não me depertou muito interesse, além da capa que possuía um tipo de Rocket Raccoon (guaxinim do filme guardiões da galáxia) com um sorriso alucinado, erguendo as patas dianteiras eu euforia, mostrando estar feliz (só que de uma maneira estranha, haha).

Rocket Raccoon antes e depois de vencer Ronan

Procurei um pouco sobre o livro e acabei me deparando com  uma crítica positiva do Neil Gaiman:

O texto de Jenny faz você gargalhar, mesmo sabendo que não deveria estar rindo e que provavelmente vai para o inferno por causa disso, então talvez seja melhor não ler. É mais sábio e seguro.

Então fiquei curioso, pois o criador de Sandman e diversos livros de fantasia (Stardust, deuses americanos, o oceano no fim do caminho...) sabe o que fala e tem o meu respeito. No fim das contas, resolvi comprar e me aventurar em algo totalmente novo e imprevisível como é este livro, e posso dizer com todas as palavras que não me arrependi em nada!

Normal é chato. Esquisito é melhor. Cabras são incríveis, mas só em pequenas quantidades.

Geralmente nas postagens eu coloco algumas frases retiradas do livro, algumas pequenas citações que tiram a essência da história ou sacadas boas que cada escritor teve e que de alguma forma marcaram aquela obra, mas no caso deste livro de Jenny Lawson o livro é repleto destas frases, cada uma melhor que a outra e que realmente te fazem rir alto mesmo que você esteja de pé em um ônibus lotado ao fim de um dia cansativo (sim, esse relato é verídico).

Você não precisa frequentar uma escola particular especial para ser artista. Veja a beleza complexa das teias de aranha. E olha que elas fazem isso com as bundas.

O livro completo é separado em diversos capítulos onde cada um destes é um relato de algo que aconteceu com Jenny, sendo muitas vezes muito engraçado, pois conta com o humor ácido da autora, outras vezes apenas estranho ou até triste. Sim, Jenny tem diversos problemas, como depressão, fobias, paranoias e problemas mentais sérios, sendo que cada dia que ela consegue levantar da cama e encarar o mundo seja uma vitória, e ela consegue passar tudo isso neste livro.

Sou uma depressiva altamente funcional com transtorno de ansiedade grave, depressão clínica moderada e distúrbio de automutilação brando proveniente de um transtorno do controle de impulsos. Tenho transtorno de personalidade esquiva e um ocasional transtorno de despersonalização. Tenho artrite reumatoide e doenças autoimunes, TOC moderado e tricotilomania.

A narrativa é viciante e cada capítulo tem inúmeros acertos, situações cômicas e inusitadas e uma escrita rápida que faz com que ao fim do livro você se sente um amigo de Jenny (para aqueles que querem acompanhar mais de perto a autora, veja o blog dela: The Bloggess).

Enfim, gostei da aventura que foi ler esse livro e cumpriu o prometido na própria capa, foi “um livro engraçado sobre coisas horríveis”.

Acredito que a mensagem principal que ela tenta nos passar é que: alguém com transtornos mentais sofre mais que uma pessoa comum, então para balancear isso ela deve ser feliz mais que uma pessoa comum, sempre que for possível. Seja sempre alucinadamente feliz. #furiouslyhappy

Passei boa parte da manhã pensando em bons nomes para gatos (...) o favorito no momento é “O Presidente” (...) porque você acaba constantemente dizem coisas como “O Presidente não tira a bunda do meu teclado”, ou “O Presidente acabou de vomitar no tapete novo”.

Nota: