Título: Mr. Mercedes
Título original: Mr. Mercedes
Autor: Stephen King
Ano de publicação: 2014
Editora: Suma de letras
Páginas: 400
Lançamento desta edição: 2016
“Ainda é madrugada e, em uma falida cidade do
Meio-Oeste, centenas de pessoas fazem fila em uma feira de empregos,
desesperadas para conseguir trabalho. De repente, um único carro surge,
avançando para a multidão. O Mercedes atropela vários inocentes, antes de
recuar e fazer outra investida. Oito pessoas são mortas e várias ficam feridas.
O assassino escapa.
Meses
depois, o detetive Bill Hodges ainda é atormentado pelo fracasso na resolução
do caso, e passa os dias em frente à TV, contemplando a ideia de se matar. Ao
receber uma carta de alguém que se autodenomina o Assassino do Mercedes, Hodges
desperta da aposentadoria deprimida, decidido a encontrar o culpado.
Mr.
Mercedes narra uma guerra entre o bem e o mal, e o mergulho de Stephen King na
mente obsessiva e psicótica desse assassino é tão arrepiante quanto
inesquecível”.
Começo
falando da capa da Suma das Letras que está incrível, realmente muito bonita. A
chuva de sangue e o blue umbrella impressionam bastante. No fundo, vendo a capa, você já sabe o que esperar: uma chuva de sangue.
Em
Mr. Mercedes, temos um romance policial que até certo ponto não havia me
despertado muito interesse, mas um dos diferenciais deste livro e que eu
considero um acerto é o fato de que você não precisa adivinhar quem é o
assassino. Sim, desde o começo a narrativa se divide em Bill Hodges, o policial
aposentado que pretende se suicidar e o Mr, Mercedes, um maluco que assassinou
diversas pessoas utilizando um carro roubado.
Todo preceito moral é uma ilusão. Até as estrelas são miragem. A verdade é a escuridão, e a única coisa que importa é fazer uma declaração antes de entrar nela. Rasgar a pele do mundo e deixar uma cicatriz. É disto que se trata a história, afinal: cicatrizes.
Esse
estilo de escrita torna uma trama que tinha tudo para ser super clichê, em uma
experiência bem interessante. Em certos momentos, eu como leitor não sabia mais
para quem eu torcia, pois você vê a ação e a reação e como todas as peças vão
se encaixando na trama. Neste ponto eu fiquei super dividido, pois o antagonista
desta história é totalmente louco e não tem motivos explícitos para os
assassinatos além do próprio prazer em matar. Talvez a história ficasse melhor
se Mr. Mercedes fosse mais calculista, pensasse a longo prazo ... bom eu
esperava um serial killer menos impulsivo e muito mais racional, mas ok!
Mesmo
com seus pontos negativos, Stephen King nos mostra mais uma vez como fazer
personagens carismáticos, tanto que cada acontecimento com eles acaba nos
chocando, mais uma vez nos mostrando que ele é um ótimo contador de histórias.
Aqui cabe un destaque à Holly que é um personagem que te cativa durante a trama. Há também a ausência do sobrenatural (tirando alguns pressentimentos em algumas
situações), nós somos apresentados a um horror cru, humano e real, típico desta
fase literária que o mestre do horror vem vivendo.
"O melhor Thriller do ano" - Sunday Express
Sim,
é bem notável a diferença de escrita entre o King em início de carreira, um
jovem que apostava muito no sobrenatural, em antagonistas que eram o puro mal e
marcaram inúmeras pessoas (quem é fã e não lembra de Pennywise, Randall Fllagg,
Christine ou Rei Rubro?) e o King atual, um escritor que arrisca no
sobrenatural (mesmo porque tem um universo expandido surpreendente) mas que
dita o terror também no real, o mal presente no humano, como pode-se notar em
revival (que estou terminando de ler), alguns contos de escuridão total sem
estrelas (tem uma ótima resenha no blog: http://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/2015/05/escuridao-total-sem-estrelas.html)
e outros títulos mais atuais.
Por
fim, mesmo sendo um thriller com algumas partes bem previsível e
com vários clichês, King ainda assim
acerta a mão e a história te prende e com certeza você irá querer acabar de ler
em poucos dias. Outra diferença está no desenrolar da trama de uma maneira bem
fluída, diferente de outros livros dele em que temos uma narrativa mais lenta e
um grande desenrolar apenas nas últimas páginas da história.
As últimas 60 páginas da trama são frenéticas e você só se sentirá aliviado nas últimas linhas (ou não).
Tenho certeza de que você fez “o melhor que pôde”, mas infelizmente (para você, não para mim) você falhou. Imagino que, se já houve um “bendito” que você quis pegar, Detetive Hodges, foi o homem que dirigiu deliberadamente para cima da multidão na fila para a Feira de Empregos no City Center no ano passado, matando oito e ferindo muitos mais. (Devo dizer que superei até minhas maiores expectativas.) Era em mim em quem você estava pensando quando lhe deram aquela placa na Cerimônia Oficial de Aposentadoria? Era em mim em quem você estava pensando quando seus colegas, os outros Cavaleiros do Distintivo e das Armas, contavam histórias sobre (isso é só um palpite) criminosos que foram pegos literalmente sem as calças ou relembravam pegadinhas feitas na delegacia?
A Suma já anunciou o segundo livro da série: “achados
e perdidos” que sai aqui no Brasil neste mês, assim como o último livro: “end
of watch” que tem previsão para julho deste ano. Sim, a Suma ousou mais uma vez anunciando a trilogia toda no mesmo ano, sendo que o último será lançado agora nos Estados Unidos.
PS:
Fico muito curioso de como será os próximos livros desta trilogia, pois não
encontrei um gancho muito grande para os próximos livros (mas fiquem ligados que assim que lançarem eu farei as resenhas).
Nossa! Que medo dessa capa... Quanto sangue!! rsrs
ResponderExcluirTô brincando, capa linda!! A Suma tá arrasando nas capas do King né?!
Adorei a sua resenha e vou programar a leitura deste aí também!!
Abraço!!
http://www.lendo1bomlivro.com.br/
@lendo1bomlivro
Sim, estão muito bonitas mesmo.
ExcluirA Suma sempre capricha bastante.
Gostei muito do livro, só discordo de afirmação na orelha dizendo que Brady é um dos vilões mais assustadores de King. O cara é muito trapalhão,seus planos vivem dando errado. Apesar e não trazer nada novo ao gênero,o livro trouxe algo novo à obra de King. Quero muito ler restante da trilogia.
ResponderExcluirEu li que ele poderia ser comparado ao Pennywise ou ao Barlow mas discordei também. Na realidade essa afirmação me fez ler a história com uma baita expectativa, mas não me surpreendeu muito. Fiquei pensando se ao fim da trilogia veremos esse vilão melhor trabalhado, algo como uma evolução dele durante os livros, mas tenho minhas dúvidas. Comprarei o resto da trilogia em breve, mas coloquei outras leituras na frente.
ExcluirAbraços